sábado, 14 de outubro de 2017

Islândia - 1º dia

Ao desembarcar em Reykjavik fomos direto ao Dutty Free comprar um vinho e o chip da Vodafone.
Bebidas alcóolicas são bem caras na Islândia, então se pretende tomar um vinho ou algo do tipo, aproveite para comprar no free shop.

Como havíamos contratado o translado pelo Flybus, corremos para o guichê de informações da empresa e descobrimos que o ônibus sairia em 3 minutos, então saímos correndo, mas não chegamos a tempo.
Voltei ao guichê para saber o que fazer, pois tinha reserva de horário na Blue Lagoon. A atendente foi bem legal e ligou para lá e confirmou que não haveria problema em chegar mais tarde e que poderíamos pegar o próximo ônibus, que sairia em 30 minutos. No final foi bem melhor assim, pois aí tivemos tempo de trocar o dinheiro na casa de câmbio. Então se for contratar o translado para a Blue Lagoon ou Reykjavik, procure reservar um horário após 1 hora da previsão de desembarque.

Ainda no saguão do aeroporto abrimos as malas para pegar casacos mais pesados, pois chovia e ventava bastante.

Ao chegarmos na Blue Lagoon a chuva parou e pudemos aproveitar. Na entrada a gente ganha a toalha (caso seu pacote inclua) e  uma pulseira que serve para abrir o locker.  Há uma funcionária no banheiro mas ela não fica fiscalizando o banho..há apenas informações de quais partes devem ser lavadas com sabonete e orientações quanto aos cuidados com o cabelo. Aconselham a passar condicionador antes, pois a sílica presente na água resseca bastante os fios.

Existem 2 acessos à piscina: um pela área externa, onde você corre o mais rápido que puder pra não congelar antes de se jogar na piscina, e uma entradinha dentro do saguão, onde é possível sair para a área externa já dentro da água.





A água é bem quentinha, o lugar é grande e bem bonito e não achamos super lotado. O problema é o cheirinho de ovo podre que vira e mexe surgia por causa da usina geotermal.. Mal sabíamos que sentiríamos aquele cheiro ainda muitas vezes durante a viagem.
No pacote que compramos tínhamos direito à 2 máscaras faciais (uma de sílica e outra de algas), toalhas e uma bebida. Não há limite de tempo. Quem quiser pode passar o dia na piscina e ao final tomar um banho, pois o banheiro conta com sabonete líquido e condicionador e secadores de cabelo.

Após comer um sanduíche na lanchonete, pegamos as malas no locker e entramos no Flybus rumo a Reykjavik para buscar a campervan na locadora.

Após pegar van ainda deu tempo de dar uma volta no centro da cidade, conhecer  a catedral Hallgrímskirkja e jantar um prato executivo com peixe a um preço razoável no restaurante Fish and More. Comer uma refeição na Islândia por menos de 60 reais é uma raridade!



Seguimos então para Reykjavik Eco Campisite, que tem ótima estrutura e uma pegada ecológica. Assim como em todos os outros campings que ficamos, o barulho se restringe à área comum. A área onde ficam as barracas e motorhomes é super silenciosa e não escutávamos nenhum barulhinho à noite.
O Reykjavik Eco Campisite conta com cozinha, banho e wi-fi incluso no preço, amplos banheiros, área para carregar celular e outros aparelhos e lavanderia. Preço: 2.200 ISK/adulto.

Por volta de 23:00 estávamos arrumando nossa cama quando resolvi dar uma conferida no céu... Pensei " beleza, o céu está estrelado, se tiver aurora vai dar pra ver...só tem umas poucas núvens..." Mas aí reparei que essas nuvens eram estranhas..estavam se movendo rapidamente e começando a ficar meio esverdeadas...aí que me toquei: era nossa primeira aurora boreal começando!!!! Chamei o Sérgio, que já veio se jogando pra fora do carro..kkkk
Em poucos minutos os desenhos foram ficando mais intensos, o verde bem mais forte. As luzes dançavam pelo céu e nessa hora não teve como não se emocionar. É impossível descrever. Os longos vôos, os imprevistos, tudo valeu a pena pra poder presenciar aquela cena.
Nesse dia tentei fotografar com o celular mesmo, mas as fotos não ficaram boas, então aproveitei para curtir o momento.
A maioria das pessoas dirige centenas de quilômetros ou contrata passeios para caçar as auroras e nós tivemos a sorte de ver ali, no nosso camping, em Reykjavik.
Fomos dormir nos sentindo abençoados. Essa viagem prometia!

Islândia - 2º dia

Saímos de Reykjavik para percorrer o chamado Golden Circle, o percurso mais popular entre quem tem pouco tempo na Islândia, já que é possível ser percorrido em um bate-volta desde Reykjavik.

Fizemos o seguinte roteiro:

- Parque Thingvellir

- Gullfoss
- Geysir
- Kerid


Ao longo de toda a Ring Road há paisagens maravilhosas, dá vontade de parar o tempo todo pra tirar fotos dos cavalos, ovelhas, montanhas, campos de lava e etc. A rodovia não possui acostamento, mas existem muitos pontos de paragem, a maioria contando com mesinhas para um lanche e até banheiro.





  Percorremos cerca de 49 km até o Parque Thingvellir, uma das locações de Game of Thrones, O parque é enorme,mas é possível estacionar e percorrer a pé os pontos de maior interesse, como a cachoeira, o primeiro Parlamento da Islândia e a Silfra, a fenda entre as placas tectônicas da América do Norte e Euroásia. Muita gente procura a Silfra para mergulhar, já que ali encontra-se a água mais pura e cristalina do planeta. 


Fonte: http://jp-lugaresfantasticos.blogspot.com
  








Silfra

Seguimos então para Gullfoss (Cachoeira Dourada), a cachoeira mais volumosa da Europa e um dos principais cartões-postais da Islândia. Não se compara ao tamanho das nossas Cataratas do Iguaçu, mas ainda sim é impressionante.






Em seguida fizemos o caminho de volta, passando pelo Vale Geotérmico Haukadalur, onde é possível ver a atividade vulcânica através dos gêiseres Geysir e Strokkur. O mais ativo é o Strokkur, menor que o grande Geysir, que está inativo e é o mais antigo do mundo. O fenômeno acontece a cada 7 minutos aproximadamente e é muito legal de se ver, mesmo pra quem já viu os gêiseres do Atacama, no Chile.





Por último visitamos a cratera Kerid, a única atração natural paga durante a viagem. A cratera possui um lago que não congela nem mesmo no auge do inverno.




Todas essas atrações são de fácil acesso e bem sinalizadas e podem tranquilamente ser percorridas em 1 dia, mesmo parando várias vezes para tirar foto e admirar a paisagem.
 
Nós seguimos viagem e pernoitamos no camping de Selfoss, que conta com ótima estrutura, wi-fi e banho incluso por 1500 ISK por pessoa. 

Islândia - 3º dia

Mesmo com um dia ensolarado, estreamos nossas roupas à prova d'agua na primeira parada, a maravilhosa Seljalandsfoss, uma das cachoeiras mais bonitas da Islândia. Situada em um campo verde, tem aproximadamente 60 m de altura e é possível passar por trás da cortina de água, não sem se molhar.


 



A trilha segue até outra cachoeira (Gljúfrafoss) que cai dentro de uma gruta, com acesso pelo riacho. Não deixe de entrar na gruta!



 Seguimos então para Seljavellir para mergulhar na piscina mais antiga do país. Seljavellir se encontra na zona vulcânica do famoso vulcão Eyjafjallajökull, que entrou em erupção em 2010, fechando o espaço aéreo de boa parte da Europa.




A partir do estacionamento caminhamos cerca de 15 minutos pelo vale até chegar à piscina Seljavallalaug.  
Há uma estrutura que serve de vestiário, mas não há banheiro no local. A água é morna, sendo mais quente próximo ao cano que abastece a piscina.
Foi uma experiência muito legal nadar em uma piscina vulcânica, cercada por montanhas, em um canto isolado da Islândia. Mas aviso, a água não é transparente...tem algas, que dão uma coloração escura à agua.



Próximo à Seljavallalaug se encontra a cachoeira Skógafoss, que com uma altura de 60 m e  largura de 25 m, transporta a água do rio Skógaá proveniente dos glaciares Eyjafjallajökull e Mýrdalsjökull.
Devido à enorme quantidade de partículas aquosas na atmosfera, costuma ser visível um arco-íris nos dias de sol e tivemos a sorte de vê-lo!
Com um pouco de disposição é possível subir a escadaria ao lado da queda para chegar ao platô e a uma trilha com mais mais 20 pequenas quedas de agua rio acima.
É possível acampar próximo à cachoeira, mas a única estrutura é um banheiro. Talvez seja uma boa opção para fotógrafos que desejam fotografar Skógafoss antes que os turistas cheguem pela manhã.
 




A próxima parada foi Reynisfjara, a praia de areia negra, próxima a Vik. Chegamos no final do dia com os raios de sol batendo nas formações rochosas, deixando a paisagem ainda mais bonita.
Na praia há uma caverna de basalto e no mar, 3 grandes formações que segundo a lenda, são os corpos petrificados de trolls gigantes que se transformaram em pedra quando foram iluminados pela luz do sol. 






 Dormimos no camping de Vik.

*Vik Camping
Klettsvegur 7 
O camping tem área comum pequena, mas estava sendo ampliada.
O banho custa ISK 200 e no final do dia a água pode não estar muito quente. Isso aconteceu com a gente, mas deu pra tomar banho.
Wifi gratuito

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Vivendo 9 dias em uma campervan

Boa parte das experiências vividas nessa viagem pela Islândia se deram pelo meio de transporte e hospedagem escolhidos por nós.

Dormir, cozinhar e se deslocar na nossa van amarela foi bem melhor do que imaginávamos! Graças a ela tivemos a liberdade de alterar o roteiro e dormir onde quiséssemos, além de que, estando em campings, não tivemos que dirigir para áreas com pouca iluminação para ver a aurora. As 3 vezes que vimos foram nos campings onde estávamos.


Para dirigir a campervan bastavam os mesmos cuidados que todos devem ter ao dirigir carros normais:

- dirigir sempre com faróis ligados,
- consultar a previsão de tempo e velocidade do vento no site www.verdur.is, tomando o cuidado de evitar dirigir com ventos acima de 10 m/s, que podem facilmente fazer um carro capotar,
- atenção com ovelhas nas margens da rodovia,
- cuidar para não perder o controle da direção ao se distrair observando alguma paisagem,
- não dirigir fora das pistas, uma vez que é bem fácil atolar o carro por lá,
- e abastecer sempre que o tanque baixar da metade. Você pode percorrer longas distâncias sem cruzar com um posto, então é melhor ser precavido.

Nos postos com loja de conveniência você pode pagar no caixa, mas naqueles onde só há a bomba o pagamento deve ser feito por cartão de crédito ou o cartão pré-pago do posto. Nós compramos 2 cartões de 5000 ISK e para abastecer bastava inserir o cartão na máquina, escolher o idioma e digitar o número da bomba. Aí era só abastecer até encher o tanque ou até chegar ao valor do cartão.

No último cartão sobraram alguns créditos, então o atendente falou para utilizarmos o valor para comprar produtos da loja do posto.

Para dormir na campervan puxávamos o banco de trás, que formava uma cama. Por cima estendíamos os sacos de dormir, travesseiros e edredons. Ainda ligávamos o aquecedor independente por 30 minutos  e era isso, estava pronto nosso ninho quentinho.


Para as refeições a campervan contava com um fogão portátil, minifrigobar, mesa interna e um conjunto de mesa e cadeiras para comer do lado de fora. À noite era preciso desligar o frigobar, mas era só deixá-lo aberto que as comidas ficavam resfriadas como o frio que fazia.
Cozinhamos praticamente todas as nossas refeições e foi ótimo, pois conseguimos comer bem sem gastar muito. Chegamos a jantar duas vezes em Reykjavik, mas as opções eram bem caras e nada parecia tão gostoso que valesse o preço.








Alugamos uma campervan modelo Transporter, da Volks, com espaço para 2 adultos e câmbio manual. A locadora foi a Snail Motorhome Rental.

Tivemos um único grande problema com o atendimento da senhora (acredito ser esposa do proprietário) que nos buscou no terminal da Flybus para nos levar ao escritório da Snail. Ela fez confusão com o horário que deveria nos buscar e acabou nos esperando por bastante tempo. Ela estava completamente fora de si e foi extremamente rude. Apesar da culpa ser dela, insistia em nos culpar aos gritos. Só se acalmou quando eu falei que se continuasse iríamos cancelar o aluguel da van. Eu teria feito isso logo no começo da confusão se tivesse alguma possibilidade de conseguimos uma campervan àquela hora em outra locadora. Carros e hotéis devem ser reservados com certa antecedência na Islândia, por isso , se cancelássemos, ficaríamos sem carro e sem ter onde dormir.


O resto da equipe foi muito simpática, nos mostrando cada detalhe do carro.


Quando devolvemos o carro, a tal mulher apareceu para nos levar ao nosso hotel. Ela foi logo dizendo que não havia justificativa para o que ela fez, mas que ela precisava pedir desculpas. Que havia tido um dia muito difícil e por isso agiu daquela forma.


Enfim, a primeira impressão ruim permaneceu, mas pelo menos teve a delicadeza de se desculpar.


Sobre o carro, a única reclamação é que poderia ter melhores amortecedores, mas fora isso, ele era confortável, tinha aquecedor forte, os sacos de dormir eram bons e a empresa forneceu tudo que poderíamos precisar.